Frase do dia

  • 'Estamos a recolher todas as informações para poder apurar responsabilidades’, Carlos Moedas
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A paixão de Armando Martins pela arte começou cedo. Nascido em 1949 no concelho de Penamacor, distrito de Castelo Branco, aos 14 anos foi estudar para Lisboa. Aos 18, juntamente com dois amigos de infância, já comprava obras de Manuel Cargaleiro. Nos cinco anos seguintes adquiriu serigrafias, “porque era o que dava o dinheiro na altura”, recorda o colecionador. Chega aos 25 anos e compra o seu primeiro original: uma obra de Rogério Ribeiro.

Licenciou-se em 1973 em Engenharia Mecânica no Instituto Superior Técnico. No final dessa década parte para o Brasil. Quando regressa a Portugal, em meados dos anos 80, junta-se de novo aos amigos para realizar na sua terra natal uma pequena exposição das obras de Cargaleiro. Cerca de 400 pessoas marcaram presença e então pensou: “Estamos perto da fronteira de Espanha e aparece esta gente toda? E se eu fizesse uma exposição com vários artistas?”. Foi aí que teve a certeza de que queria partilhar a sua coleção privada com o mundo.

Cinquenta anos depois, e após uma carreira profissional ligada ao imobiliário, hotelaria e serviços, o fundador do Grupo Fibeira realizou o seu sonho. No final de março inaugurou o MACAM – Museu de Arte Contemporânea Armando Martins, em Lisboa, em simultâneo com o MACAM Hotel, com 64 quartos. Trata-se de um espaço de 13 mil metros quadrados – dois mil para exposições –, que ocupa o antigo Palácio da Ribeira Grande, onde chegou a estar o Liceu Rainha Dona Amélia, que foi encerrado em 2002.

A coleção do MACAM conta com mais de 600 peças, mas apenas um terço estão expostas nas quatro galerias do museu e no hotel de cinco estrelas.

A entrada do hotel e do museu é comum. À esquerda fica a receção do hotel e à direita a bilheteira para o museu. A partir daí acede-se às duas primeiras galerias permanentes do MACAM, intituladas “Uma Coleção a dois tempos”, com curadoria de Adelaide Ginga e Carolina Quintela.

A primeira galeria é dedicada à coleção mais antiga de Armando Martins, com arte portuguesa do final do século XIX até aos anos 80 do século passado. Aí encontra-se exposta a obra mais antiga da coleção: “A Sesta dos Ceifeiros”, de José Malhoa (1895).

“A Sesta dos Ceifeiros”, de José Malhoa | 1895

Neste primeiro núcleo situa-se uma sala dedicada a Armando Martins. Nos espaços seguintes os destaques vão para obras de Cruzeiro Seixas, Amadeo de Souza-Cardoso, Carlos Botelho, Manuel Cargaleiro, entre outros artistas.

“O Ermita ao Domingo”, de Artur do Cruzeiro Seixas | 1972

Na capela dessacralizada do século XVIII destacam-se as instalações de Carlos Aires, dedicadas a Nossa Senhora do Carmo – padroeira da capela – e a Santo António de Lisboa. No altar ilumina-se “Trinity”, uma videoarte mais ousada de Carlos Aires. “Estes vídeos mostram uma relação bidimensional daquilo que é sagrado e profano, ancestralidade e contemporaneidade, guerra e destruição”, descreve Adelaide Ginga, diretora do MACAM.

“Trinity”, de Carlos Aires | 2023

Na segunda galeria, as obras contemporâneas de artistas portugueses e internacionais dialogam entre si, privilegiando outras formas de arte, como fotografia, videoarte e instalações. Interior e exterior de paisagens e arquiteturas, imagens que refletem memórias, o corpo feminino subjugado, a forma como as pessoas são influenciadas e as críticas aos mecanismos de opressões são os temas propostos ao longo das cinco salas.

“1 Homem = 1 Homem”, de Thomas Hirschhorn | 2002
“Women Massaging Breasts”, de Marina Abramović | 2005

No exterior, depois de cruzar o jardim, depara-se com um grande edifício contemporâneo dedicado às exposições temporárias. No grande hall, novos artistas serão convidados a criar obras para as duas grandes paredes.

Segue-se a terceira galeria do MACAM, intitulada “O Antropoceno: em busca de um novo humano?”. Aqui o objetivo é mostrar o impacto do ser humano no planeta Terra, pela visão de artistas como Suzanne Anker, Eugenio Merino ou Fábio Colaço.

Seth Price | 2006

No segundo andar da nova ala, a quarta galeria, que tem como mote “Guerra: Realidade, Mito e Ficção”, pretende refletir a violência e as crises dos dias de hoje.

“No Life Lost II” de Berlinde De Bruyckere | 2015
Fábio Colaço | 2023

Não é apenas o museu que exibe obras da coleção de Armando Martins. O hotel de cinco estrelas expõe com obras nas zonas comuns, nos corredores e em cada um dos 64 quartos. “Essa foi a nossa aposta para que a experiência de estadia no hotel fosse também imersiva e que surgisse o sentimento de proteção para com as obras que estão nos quartos”, comenta Adelaide Ginga.

O preço médio de quarto no hotel ronda os 400 euros por dia. A entrada no museu custa 15 euros.

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