Luís Montenegro vai visitar Pequim a 8 e 9 de setembro, deslocando-se ainda no dia 10 a Macau. Montenegro será o primeiro governante a deslocar-se à China após a cimeira da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), que juntou Xi Jinping, Vladimir Putin e Narendra Modi.
Com quase metade da população mundial representada e um peso económico crescente, a OCX tem-se afirmado como um contrapeso à NATO e ao G7, promovendo mecanismos próprios de segurança e cooperação económica. Uma movimentação que fez soar os alarmes no Ocidente, principalmente em Washington, pela aproximação entre Pequim, Moscovo e Nova Deli.
Com a OCX a ser descrita nos meios diplomatas como uma espécie de “cimeira anti-Trump”, comenta-se que o timing escolhido para a visita de Montenegro possa estar a cair mal em Washington.
Há ainda outra questão debaixo do holofote dos meios diplomáticos luso-americanos. Montenegro vai encontrar-se com um aliado de Putin. E aí, continuam a ressoar as palavras do Presidente da República, a propósito de Donald Trump, que afirmou que “o líder máximo da maior superpotência do mundo, objetivamente, é um ativo soviético, ou russo.”
Esta quarta-feira, na parada militar que assinalou os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, Xi teve ao seu lado, além de Vladimir Putin, outro inimigo dos Estados Unidos: o norte-coreano Kim Jong-un.