A reunião entre Xi Jinping, Vladimir Putin e Narendra Modi, que começou este domingo em Tianjin, China, voltou a colocar a Organização para Cooperação de Xangai (OCX) como um polo estratégico alternativo à influência da União Europeia e dos Estados Unidos.
O encontro pretende consolidar uma visão multipolar da ordem internacional, num momento em que as tensões entre o Ocidente e os países euro-asiáticos continuam a marcar a agenda global.
Com quase metade da população mundial e um peso económico crescente, a OCX tem-se afirmado como um contrapeso à NATO e ao G7, promovendo mecanismos próprios de segurança e cooperação económica. Para Bruxelas e Washington, a aproximação entre Pequim, Moscovo e Nova Deli representa um desafio adicional: por um lado, reforça a frente diplomática da Rússia em plena guerra na Ucrânia; por outro, dá à China maior margem para projetar a sua influência.
A participação da Índia acrescenta uma dimensão sensível, uma vez que Nova Deli mantém relações estreitas tanto com Moscovo como com Washington. Narendra Modi sublinhou em Tianjin a importância da cooperação sino-indiana, apesar das rivalidades históricas, o que pode complicar a estratégia ocidental de isolar a Rússia e conter a China.
A OCX é composta por China, Índia, Rússia, Paquistão, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Uzbequistão e Bielorrússia, contando ainda com 16 países afiliados como observadores ou parceiros.