Gonçalo Sousa, de 26 anos, é um comentador e analista político português que publica o seu conteúdo sobre política no YouTube, onde já conta com mais de 220 mil seguidores, e está agora na berlinda, por causa da RTP. O 24Horas explica-lhe tudo.
Depois de crescer exponencialmente na rede social YouTube, o influencer foi contratado para ser comentador na Rádio Observador, mais concretamente no programa ‘Geração V’. Mais recentemente, depois da reestruturação da RTP3 – que agora se chama RTP Notícias, como o 24Horas avançou em exclusivo –, Gonçalo Sousa chegou a ser apresentado, por Alberta Marques Fernandes, em estúdio, como uma das estrelas de um dos novos programas, ‘Estado da Arte’, ao lado de Joana Marques Brás e de Rodrigo Moita de Deus.
Porém, quando o vídeo promocional do programa foi publicado pela RTP, muitos internautas e influenciadores de esquerda, como Diogo Faro, atacaram a estação pública e pediram imediatamente o afastamento de Gonçalo Sousa, devido a comentários feitos pelo mesmo na rede social X, há três anos.
“Se Portugal é assim tão racista, por que é que há milhões de negros e indostânicos a tentar cá entrar?”; “Se és mulher e ainda acreditas que ganhas menos do que um homem, só por causa do teu sexo, tu não és oprimida, és burra”; e “a vinda de uma 3.ª Guerra Mundial tem sempre o seu lado positivo. Vai ser um grande passo para a igualdade de género. Finalmente, podemos ver as feministas empoderadas nos batalhões da armada em Kiev” são apenas alguns exemplos de publicações muito polémicas do ex-militante do Chega.
Após várias denúncias, Gonçalo Sousa acabou mesmo por ser afastado. “Essa possibilidade existiu, sim, mas não chegou a concretizar-se. Nunca foi assinado qualquer contrato”, desvaloriza, em exclusivo ao 24Horas, o jovem comentador, acabando por desejar “à RTP e à sua direção os maiores sucessos”.
Sobre as polémicas publicações e os seus comentários muito controversos, Gonçalo remata: “Os tweets em causa são publicações antigas, com vários anos, feitas num registo mais sarcástico e humorístico, fora de qualquer contexto de análise política profissional – que na altura não exercia.”
O influenciador assume até, ao 24Horas, um arrependimento dos seus comentários passados: “Sempre defendi a liberdade individual e de expressão, que naturalmente inclui o direito de dizer coisas com as quais podemos mais tarde discordar, que possam ser mal interpretadas, ou até que nos levem a refletir e a aprender. Isso faz parte da vida e do processo de maturação de cada pessoa.”
Em resposta ao Notícias ao Minuto, a Direção da RTP esclareceu o ‘desconvite’ a Gonçalo Sousa: “A Direção de Informação da RTP ponderou e reviu a sua posição, após ter tomado conhecimento de alguns comentários feitos no passado pelo próprio, que a Direção de Informação da RTP considera inaceitáveis e Gonçalo Sousa não entrou em funções.”
