O governo norte-americano retirou esta quinta-feira, dia 20, as tarifas de 40% que impunha sobre determinados produtos brasileiros, nomeadamente carne de vaca, legumes, café e cacau. A decisão da Casa Branca surge na sequência das negociações entre Donald Trump e Lula da Silva e dá-se na mesma semana em que o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, Jair Bolsonaro, foi constituído arguido pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF).
As taxas de 40% sobre determinados produtos oriundos do Brasil anunciadas em abril são então retiradas a mercadorias que tenham entrado nos Estados Unidos da América (EUA), a partir de 13 novembro, e que incluem também vários combustíveis fosseis. Os impostos indevidamente cobrados a partir dessa data serão reembolsados.
Num comunicado divulgado pela Casa Branca e assinado por Trump, os EUA informam que as “recomendações adicionais” e o avanço nas negociações com o Brasil motivaram o término da aplicação destas tarifas.
Esta medida contradiz o decreto de 30 de julho, que, invocando “emergência nacional”, utilizou políticas e ações “incomuns” e “extraordinárias”, alegadamente praticadas pelo governo brasileiro, segundo Trump, prejudiciais às empresas americanas, aos direitos de liberdade de expressão dos cidadãos dos EUA e à política externa e economia do país. As tarifas, recorde-se, foram exercidas como forma de pressão ao governo de Lula e ao Supremo Tribunal Federal brasileiro pelo julgamento contra o ex-presidente, Jair Bolsonaro, que foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, por crimes que o ligam a uma tentativa de golpe de Estado.